“Não há nada tão inútil como fazer de forma eficiente algo que nunca deveria ter sido feito.”

Peter Drucker

Um antigo mosteiro chinês, no alto da montanha de Song Shan, era o centro de uma paz absoluta. Monges de toda a China procuravam aquele mosteiro tão tradicional e reservado.
Todos os dias, sempre às quatro e meia da manhã, os monges reuniam-se em silêncio para a primeira meditação matinal. Era um momento sagrado onde o silêncio da madrugada tinha que ser respeitado.
Mas, numa manhã fria de inverno, o silêncio sagrado foi interrompido. Um gato, à procura de comida e abrigo, entrou na cozinha do templo, e ali se instalou. Todos os monges gostaram do gato e deixaram-no ficar.
Só que o gato teimava em não respeitar o silêncio sagrado. Precisamente durante a madrugada, quando os monges estavam em meditação, é que o gato mais corria e miava fazendo muito barulho.
Como ninguém queria mandar o gato embora o Monge Mestre ordena que se amarre o gato durante o período de oração. E assim foi, durante muito tempo, antes da oração, os monges amarravam o gato, soltando-o assim que terminassem de rezar. Os anos passaram, os monges mais velhos foram falecendo e os mais novos continuaram a amarrar o gato, alguns nem sabiam porquê!
Os anos continuaram a passar e, eventualmente, o gato morreu também.
Os monges, confusos com o que afinal seria o verdadeiro papel do gato, arranjam rapidamente outro gato. Eles já só sabiam que antes de rezar tinham que amarrar o gato. E assim faziam com o novo gato, às quatro e meia da madrugada amarravam-no também.
Anos passaram e continuaram a amarrar o gato. Até que o amarrar do gato se tornou um importante ritual daquele mosteiro. Nesta altura já ninguém sabia bem como tinha surgido o ritual, mas tinha sido certamente por um motivo importante, afinal já vinha dos Monges antigos.
Os Monges mais velhos cobiçavam a importante função de “Amarrador do Gato”, foram criados manuais com normas e procedimentos sobre como devia ser amarrado o gato. Foi até definido o tipo de corda a ser usado e com quantos nós o gato devia ficar preso.
O tempo passou, e vários grupos de estudiosos começaram a dedicar suas vidas a estudar os manuais e a origem do ritual “sagrado” de amarrar o gato. Surgem assim as primeiras divergências, havia duas teorias sobre a origem do ritual. Rapidamente as divergências geram conflitos e os conflitos semeiam a discórdia.
Formam-se dois grupos distintos, um que acredita que somente gatos brancos podem ser amarrados, pois o branco simboliza a pureza da alma e a evolução espiritual. Já o outro grupo defendia que qualquer gato poderia ser amarrado. Este grupo, com menos seguidores, resolve ir embora e fundar o seu próprio Mosteiro e uma nova ordem que daria continuidade ao ritual da forma que achavam correta.
Após a separação outras correntes de opinião foram surgindo, outros pequenos grupos foram saindo até o grupo original se extinguir. Hoje não existem Monges da linhagem original e o ritual de amarrar o gato caiu no esquecimento.
Existem muitos contos do Oriente que nos alertam para temas interessantes. Muitas vezes sentimos que já passámos por situações similares. Ouvi este conto numa formação, com o Dr. Agostinho Costa, sobre análise financeira. Quantas vezes fazemos, nas nossas empresas, tarefas que já nem sabemos porquê? Será que ainda amarramos o gato? Esta é uma realidade que pode estar a boicotar o seu crescimento empresarial.
Vasco Rosa Pires
VR2P – Consultoria Estratégica  
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