No ritmo de mudança em que vivemos, como é que a PNL nos vai ajudar a evoluir?

Mudar é um processo difícil. Precisamos de ferramentas que nos ajudem a adotar comportamentos diferentes. Como podemos utilizar a programação neurolinguística para facilitar o processo de mudança?

Afinal o que é isso da programação neurolinguística?

A PNL surge como a fórmula da excelência humana e oferece um conjunto de ferramentas que potenciam as nossas competências, através do desenvolvimento de estratégias mentais que visam atingir melhores resultados.

Antes de mais, importa saber os dois pressupostos fundamentais defendidos pela PNL: em primeiro lugar, o mapa não é o território, ou por outras palavras, não sabemos como é a realidade, e não é essa que nos limita, mas sim a nossa perceção da realidade; em segundo, a vida e a mente estão interligadas, ou seja, não é possível isolar cada parte do sistema, porque interagem e se influenciam mutuamente.

Este conceito afirma, dessa forma, que através da programação podemos organizar as ideias e pensamentos que recebemos, no sentido de alcançar as metas estabelecidas.

E na prática, como é que a PNL nos ajuda a alcançar o que pretendemos?

A programação neurolinguística sugere estratégias que se baseiam em ferramentas de autocontrolo, nomeadamente: conversas interiores, criação de uma imagem ou retrato ideal, traçar o plano que iremos seguir para atingir o alvo pretendido.

A estratégia da visualização, defendida pela PNL, afirma que visualizarmo-nos a atingir alguma coisa é uma estratégia fundamental para realmente conseguirmos lá chegar.

Uma vez que o nosso cérebro tem dificuldades em distinguir a imaginação da realidade, a visualização diária de algo que queremos atingir potencia o atingimento do mesmo, na medida em que o cérebro vai mesmo acreditar que já o atingimos e encaminhar-nos para o objetivo final, quer por intermédio da mudança de atitudes ou personalidade, quer pelo esforço mental incutido no nosso corpo.

Esta ideia já foi abordada no artigo A Importância da Focalizaçãoe exemplifica o conceito da seguinte forma: “Imagine-se a entrar num supermercado e dirija-se à secção das frutas e vegetais. Já lá está? Ok. Dirija-se, agora, até às caixas dos citrinos. Veja a grande pilha de limões amarelos. Ao lado está uma tábua de cortar e uma faca. Pegue num desses grandes limões amarelos e corte-o ao meio.  Sinta o odor do limão! É verdadeiramente sumarento e há sumo de limão a escorrer para a tábua. Pegue agora em metade de um limão e corte-o ao meio, de modo a ficar com um quarto do limão nas mãos. OK, lembra-se como fazia em criança? – ponha esse quarto de limão na boca e morda-o! Morda!

Se alinhamos neste jogo, possivelmente sentimos a quantidade de saliva na boca a aumentar. O nosso corpo não tem ácido cítrico para processar. Mas a indicação da nossa mente levou-o a agir como se tivesse.”*

Outra estratégia defendida pela PNL, designa-se por ancoragem e sugere que, para conseguir mudanças de estado, comportamento ou personalidade é possível associar um estímulo à resposta pretendida.

Isto é, imagine-se a liderar uma equipa, sempre que tem de comunicar um problema sente-se nervoso, é possível criar uma ancora que permita, nos momentos complicados, se sentir menos nervoso.

Tal como fazem a maioria dos desportistas que, antes de começar uma prova, têm uma ancora que lhes dá sorte, que pode ser um grito de guerra ou outro. A equipa de rugby neozelandesa, All-Blacks, ficou muito conhecida pelo seu grito de guerra antes de começar o jogo. Esse grito de guerra é também uma forma de intimidar os adversários, criando nos mesmos uma ancora de receio e medo.

A estratégia da Dissociação, também defendida pela PNL, permite ao cérebro mudar o registo das experiências.

Não nos é possível mudar as nossas experiências, mas podemos ganhar controlo sobre os nossos comportamentos se gerirmos a carga emocional que colocamos sobre as mesmas.

Por exemplo, ganhamos medo a falar em público, por uma experiência menos positiva que tivemos num dado momento, se visualizarmos essa experiência um número repetido de vezes e se associarmos à mesma uma emoção diferente, em vez de medo e vergonha, associar-lhe sucesso e conquista, felicidade. Tentativa após tentativa, essa experiência irá ter uma carga emocional cada vez mais reduzida, o que faz com que a interpretemos de uma maneira diferente, e adotemos comportamentos diferentes.

Conclusão

Com a PNL podemos chegar mais longe e a mudar a nossa perceção. Para isso devemos traçar o nosso objetivo, em primeiro lugar, e em segundo, selecionar a estratégia mais indicada para os resultados que pretendemos atingir, quer seja a visualização, dissociação, ou ancoragem, importa mudar o nosso comportamento ou perspetiva da vida e atingir o desejado.

*texto retirado do livro GTD de David Allen