Recentemente fui entrevistado para o Jornal Região, do CanalCentral, para debater a situação das empresas face ao Covid19, o tema do momento claro.

Ao longo da entrevista, apresento um conjunto de ideias, que podem ser adaptadas à realidade da sua empresa e implementadas (link no final). Termino a entrevista com uma perspetiva otimista. Acredito que podemos retirar coisas boas desta pandemia.

Aprendi, há alguns anos, numa das piores situações que vivi, que quando tudo nos parece perdido ou que o mundo está a desabar sobre nós, podem sair as melhores coisas da vida.

A propósito dessa visão otimista gostaria de contar uma história.

Foi um Sábado, dia 22 de setembro de 2012, saí para um passeio de barco com alguns amigos. Ancoramos numa pequena ilha, na Bahia de Salvador, no Brasil, onde trabalhava na altura. O cenário era paradisíaco.

A certa altura, num momento de distração, escorreguei no deck molhado e caí.

Tinha muitas dores, mas todos me diziam que, provavelmente era apenas um mau jeito, pois tinha sido uma queda pequena. Foi já no hospital que recebi as piores notícias. Tinha partido o braço em três sítios e o médico aconselhou-me a procurar um especialista. O risco de ficar com uma lesão permanente era elevado.

Nunca mais o meu braço seria o mesmo! Ainda mais, o braço direito!

Depois de uma cirurgia complicada, e agora com um braço reforçado a titânio, veio o período de recuperação. O médico deu-me 6 meses de baixa, avisando que a recuperação seria lenta e exigente. Estava no Brasil, nesse momento, morava sozinho e, naquela situação, precisava de ajuda.

Mas, o mais complicado não era ultrapassar as dificuldades do dia-à-dia, ou lidar com as dores que sentia. Era sem dúvida lidar com a moral e com as perguntas que frequentemente me atormentavam: Porquê a mim? Como é que aquilo me tinha acontecido?

O mundo estava a desabar sobre mim!

O meu patrão na época, hoje um dos meus melhores amigos, acolheu-me na sua casa durante as primeiras semanas. Ao ver-me tão em baixo contou-me uma história de superação pessoal que ele próprio tinha vivido. Chamou à história “Cooperar com o inevitável” e concluiu com uma frase que nunca mais esqueci: “Já que aconteceu, vamos tirar partido disso.”

 

Graças ao braço partido:

  • Comecei a namorar com a minha esposa e mãe do meu filho.
  • Comecei a jogar ténis, até hoje um dos desportos que mais gosto de praticar.
  • E aprendi que mesmo das piores situações podem sair os melhores resultados.

Esta é uma história pessoal, mas também nas empresas temos momentos em que tudo parece que não podia correr pior. E, muitas vezes, é nesses momentos que nos reinventamos e conquistamos muito mais do que podíamos imaginar.

Fica o meu especial agradecimento às pessoas que me apoiaram e acompanharam nessa fase: ao João Valente, o meu patrão da altura e hoje um dos meus melhores amigo, à sua esposa, que foi a fisioterapeuta que me ajudou na recuperação, e à minha esposa, que ainda hoje cuida de mim como se eu tivesse o braço partido.

Veja a entrevista para o CanalCentral através deste link.