“Num antigo mosteiro chinês, todos os dias, às quatro e meia da manhã, os monges reuniam-se em silêncio para a primeira meditação matinal. Era um momento sagrado onde o silêncio da madrugada tinha que ser respeitado.

Numa manhã fria de inverno, o silêncio foi interrompido por um gato, à procura de comida e abrigo. Todos os monges gostaram do gato e deixaram-no ficar.

Só que todos os dias, precisamente durante a madrugada, o gato teimava em fazer um chinfrim. Como ninguém queria mandar o gato embora, o Monge Mestre ordenou que se amarre o gato durante o período de oração. E assim foi, durante muito tempo.

Os anos passaram, os monges mais velhos foram falecendo e os mais novos continuaram a amarrar o gato (alguns nem sabiam porquê), até ao dia em que, eventualmente, o gato morreu também.

Os monges, confusos com qual seria afinal o verdadeiro papel do gato, rapidamente arranjaram um novo gato. O amarrar do gato tornou-se um importante ritual daquele mosteiro.

Por esse motivo foram criados manuais com normas e procedimentos sobre como devia ser amarrado o gato. Foi até definido o tipo de corda a ser usado e com quantos nós o gato devia ficar preso.

O tempo passou, e vários grupos de estudiosos começaram a dedicar suas vidas a estudar os manuais e a origem do ritual “sagrado” de amarrar o gato. Surgem assim as primeiras divergências, havia duas teorias sobre a origem do ritual. Rapidamente as divergências geram conflitos e os conflitos semeiam a discórdia.

Após a separação outras correntes de opinião foram surgindo, outros pequenos grupos foram saindo até o grupo original se extinguir. Hoje não existem Monges da linhagem original e o ritual de amarrar o gato caiu no esquecimento.”

Na sua vida profissional, ou pessoal, também amarra gatos?

“Sempre fizemos assim”, “Foi assim que me ensinaram é assim que faço sempre” são expressões que normalmente usamos para tarefas que fazemos sem perceber muito bem porque a estamos a fazer. Certamente, algumas têm formas mais fáceis de fazer, ou inclusive são completamente desnecessárias e o motivo que inicialmente levou a fazê-la já não existe mais.

Alguns desses processos podem acarretar custos e por isso é necessário analisar com detalhe qual o impacto de deixar de fazer essa tarefa no resultado final. Dessa forma podemos perceber o motivo de algumas tarefas serem feitas de determinada forma, ou pelo contrário melhorarmos processos, quer ao nível da eficiência da empresa como em termos económicos.

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